Foi através de um
desafio proposto por um amigo da faculdade que surgiu a vontade de realizar este
artigo. Então você gosta de poesia? Quando foi
a ultima vez que leu uma poesia? Qual foi a primeira poesia que você leu?
O mesmo desafio
proposto a todos aqui será realizado por mim agora:
Então, eu, por
exemplo, nem sempre gostei de poesia. Parece brincadeira, mas é a pura verdade.
A poesia inicialmente era algo bastante distante, e ainda é distante para mim,
pelo fato de não conseguir me expressar poeticamente como eu gostaria de fazê-lo.
No entanto com o tempo passei a dar mais
valor a ela e percebi que a poesia está em todos os "lugares". Mas mesmo assim
ainda não gosto da poesia pela poesia. Gosto quando ela esta impregnada por uma
narrativa. Li em algum lugar, que um bom escritor é aquele que funde sua
narrativa com a poesia ou vice-versa.
Quando li uma poesia pela primeira vez? Esta
resposta eu não saberei, mas posso citar uma das poesias que li quando pequeno
e que até hoje me recordo. A poesia está intitulada como Aquarela do Brasil escrito por Ary Barroso. Vamos a poesia:
Numa folha
qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis
retas é fácil fazer um castelo.
Corro o lápis em
torno da mão e me dou uma luva,
E se faço chover,
com dois riscos tenho um guarda-chuva.
Se um pinguinho de
tinta cai num pedacinho azul do papel,
Num instante
imagino uma linda gaivota a voar no céu.
Vai voando,
contornando a imensa curva Norte e Sul,
Vou com ela,
viajando, Havai, Pequim ou Istambul.
Pinto um barco a
vela branco, navegando, é tanto céu e mar num beijo azul.
Entre as nuvens vem
surgindo um lindo avião rosa e grená.
Tudo em volta
colorindo, com suas luzes a piscar.
Basta imaginar e
ele está partindo, sereno, indo,
E se a gente quiser
ele vai pousar.
Numa folha qualquer
eu desenho um navio de partida
Com alguns bons
amigos bebendo de bem com a vida.
De uma América a
outra consigo passar num segundo,
Giro um simples
compasso e num círculo eu faço o mundo.
Um menino caminha e
caminhando chega no muro
E ali logo em
frente, a esperar pela gente, o futuro está.
E o futuro é uma
astronave que tentamos pilotar,
Não tem tempo nem
piedade, nem tem hora de chegar.
Sem pedir licença
muda nossa vida, depois convida a rir ou chorar.
Nessa estrada não
nos cabe conhecer ou ver o que virá.
O fim dela ninguém sabe
bem ao certo onde vai dar.
Vamos todos numa
linda passarela
De uma aquarela que
um dia, enfim, descolorirá.
Numa folha qualquer
eu desenho um sol amarelo (que descolorirá).
E com cinco ou seis
retas é fácil fazer um castelo (que descolorirá).
Giro um simples
compasso e num círculo eu faço o mundo (que descolorirá).
Link: http://www.vagalume.com.br/toquinho/aquarela-original.html#ixzz2zdfZQ5gG
Como não leio
poesia pela poesia, mas a poesia narrada ou narrativa poética, para exemplificar meu gosto atual sobre a poesia citarei a autora chamada Ana Carolina dona do blog chamado “Grafite”.
Seu blog é repleto de narrativas poéticas que me deixa boquiaberto, leia um de
seus textos intitulado Rotina descabelada:
O
relógio antigo, no centro da parede já descorada, desobedeceu a temporada de
férias e correu pelo tempo.
Sem nada a perder,
ela pediu aos céus paciência e um pouco de paixão, em troca recebeu um pacote
de coragem e um convite à liberdade. Riu de graça e achou digno!
O
tempo chegou e não ficou nem para uma xícara de chá quente. E o hoje já
era ontem.
Com um sorriso
feito de retalhos em tons de rosé, ela não esperava mais cerrar os olhos
para sonhar de novo. Agora, já sonhava de olhos abertos, que era para se
realizar logo. Já que o tempo andava de mãos cerradas com a pressa.
E
o tempo não esperou mesmo.
Parecia ontem. Ainda
cedo ela encaixotava tudo, com um sorriso desesperado estampando a inocência de
uma beleza curiosa.
Prometeu
ao vento ser forte nas quatro estações do ano e, sem pensar, partiu.Deixando
para trás um afeto conhecido, uma amizade antiga e algumas promessas
saturadas.
Enquanto outros se
espantavam com indiferença e audácia, ela ria e, de braços dados com a liberdade,
virou a próxima esquina sem querer olhar pra trás.
Lá
fora, os limites não foram medidos e as vontades não ficaram para depois. O
desejo sempre morou ao lado, atentando a insegurança e fazendo pirraça com
a loucura, enquanto a coragem se mostrava uma amante fiel. Até a cura do
tédio, ouvi dizer que ela reinventou.
E hoje, mal
acostumada, ela já não compreende as normas como antes e as emoções, agora, são
medidas pelo instantâneo.
O
tempo continuou correndo, com ou sem pilhas nos ponteiros. Simples assim.
Entre uma estação e outra, ela só tentou deixar o bonito,
ainda mais lindo, jogando fora as regras de sobrevivência. Porque a
vida sem roteiros se tornou um retrato único, dessa rotina descabelada.
O que vocês acharam
desse artigo?
Para concluirmos,
teremos que retomar a seguinte pergunta: você gosta ou não de poesia? Participe do
nosso blog, deixando um comentário abaixo. Até o próximo artigo.